
A revolução provocada pela inteligência artificial (IA) tem sido um divisor de águas no mundo digital. De um lado, a tecnologia impulsiona soluções inovadoras, automatiza processos e fortalece a cibersegurança. Do outro, porém, ela também se torna uma ferramenta nas mãos de cibercriminosos, elevando o nível de sofisticação dos ataques, que se tornam cada vez mais personalizados e difíceis de detectar.
Conforme um estudo da Information Systems Audit and Control Association (ISACA), 39% das quase seis mil organizações globais entrevistadas relataram aumento nos ataques cibernéticos, enquanto 15% registraram mais violações de privacidade em comparação ao ano anterior. Esses dados refletem como a IA tem desempenhado papel tanto como aliada quanto como facilitadora de ameaças, apresentando às empresas um novo desafio: explorar seu potencial ao mesmo tempo em que mitigam os riscos associados.
Ataques como os deepfakes, que criam reproduções altamente realistas de rostos e vozes, e as técnicas de spear phishing, em que mensagens fraudulentas são direcionadas a vítimas específicas, exemplificam o uso da IA em estratégias maliciosas. Esse panorama é especialmente preocupante porque amplia as vulnerabilidades das organizações, exigindo maior vigilância.
Além disso, o Índice Global de Ameaças 2024, divulgado pela Check Point Software, evidencia a evolução dos ciberataques. Operadores como FunkSec têm utilizado IA para aprimorar ataques de ransomware como serviço (RaaS). Em paralelo, empresas estão integrando tecnologias de IA para identificar padrões de ameaças, reforçar suas defesas e responder a incidentes com mais agilidade.
No entanto, o equilíbrio entre inovação e segurança é desafiador. A mesma tecnologia que permite detectar fraudes com precisão também possibilita ataques quase indetectáveis. Para lidar com isso, organizações precisam ir além do uso superficial da IA. É essencial educar equipes, integrar inteligência em cada etapa dos processos e construir um ecossistema de defesa robusto.
A escassez de profissionais especializados agrava o cenário. Embora 70% das organizações confiem em suas capacidades defensivas, 89% reconhecem dificuldades em encontrar profissionais qualificados para operar soluções avançadas, conforme levantamento da Check Point Software em parceria com a Vanson Bourne. Isso demonstra como a vulnerabilidade aumenta quando a IA não é compreendida profundamente ou aplicada de forma estratégica.
Por outro lado, a própria tecnologia pode ser uma aliada poderosa. Com IA generativa, é possível prever movimentos de cibercriminosos, identificar vulnerabilidades em tempo real e gerar análises preditivas que ajudam a mitigar riscos antes que eles se concretizem. Essa abordagem proativa da cibersegurança, que combina inovação e preparo, não deve ser vista apenas como uma vantagem competitiva, mas como uma necessidade para empresas que desejam sobreviver em um ambiente digital cada vez mais hostil.
Em suma, o futuro da segurança digital está na cibersegurança proativa. Empresas que adotarem estratégias inteligentes baseadas na IA terão maior capacidade de reduzir os impactos das ameaças, fortalecer sua resiliência e garantir a confiança de seus clientes e parceiros em um cenário de ataques cada vez mais complexos.
Caio Abade, Cybersecurity Executive na Betta Global Partner.
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